“SAMBA E PANDEMIA: 2021 – O Ano em que o Samba Parou” é uma obra da escritora Sara Negritri, premiada pelo Programa de Ação Cultural (PROAC), edital do Governo do Estado de São Paulo. O livro convida, ao longo das suas 200 páginas, à reflexão acerca das histórias contadas de forma singular e das experiências vividas pelos sambistas e gestores do Carnaval, que leva em consideração o profundo impacto da pandemia de covid-19 na cadeia produtiva do Carnaval.

O livro conta com a participação de importantes personalidades do samba, entre elas Alexandre Magno (presidente da União das Escolas de Samba Paulistanas – UESP), Kaxitu Campos (presidente da   Federação Nacional das Escolas de Samba –  Fenasamba), Demis Roberto (vice-presidente da UESP), Sr. Carlão do Peruche – o último cardeal do samba vivo, presidentes e integrantes de agremiações carnavalescas, integrantes da Embaixada do Samba, como seu Fernando Penteado, Paulo Valentim, Mestre Gabi, Mestre Coca, dona Laurinha H e outros.

Tadeu Kaçula dá a sua contribuição, fazendo um resumo aprofundado de suas vivências e pesquisas. “Do meu ponto de vista, este livro é uma obra sociológica importante para analisarmos as relações do trabalho, a precarização da produção artística nas periferias de São Paulo, a ausência de políticas públicas nas áreas da saúde, do trabalho e da renda, saneamento, mobilidade e desenvolvimento humano. Além disso, esta obra nos permite compreender o importante papel do samba como um instrumento de sociabilidade e aquilombamento da população preta e pobre das periferias de São Paulo”, ressalta.

O prefácio é assinado pelo arte-educador, teólogo, advogado, especialista em direito legislativo e doutorando em direito pela Universidad Nacional Mar del Plata, na Argentina, Ruy dos Santos Siqueira. “A autora consegue ao mesmo tempo colocar os entrevistados como protagonistas e também ser a protagonista. A sua mão invisível e a sutileza da sua intervenção estão presentes de maneira bem poética”, pontua.

Outra personalidade, o Sr. Carlão do Peruche – um dos mais importantes sambistas de São Paulo e o último cardeal do samba vivo, enfatizou o valor da publicação. “Este livro registra a história para que as gerações futuras a conheçam …”.

Já o presidente da UESP, Alexandre Magno (Nenê), uma das principais influências da autora no mundo do samba paulistano, concluiu. “O livro não tem apenas o recorte da questão da saúde mental, ele também tem o recorte da questão histórica. O leitor terá oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a UESP e as suas relações com os seus artistas. Ele traz à tona as pessoas que, talvez, estariam sendo invisibilizadas e procuramos trazer muita luz para elas: mostrar que elas existem e são braços fortes para o Carnaval – uma festa que arrecada milhões, gera emprego e renda. Enfim, falar um pouco da história dessas pessoas que fazem uma festa gigantesca e ninguém sabe quem são”, destaca Nenê.

Silvana Inácio